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sábado, 2 de maio de 2015

É verdade, já lá vão largos meses sem que eu desse atenção ao blog. Tenho várias desculpa claro, desde fiz pouca pesca este Inverno e quando fiz foi sozinho e não dava para me fotografar.
De facto é tudo verdade, acrescido do facto que trabalho para uma empresa que tem passado as passas do Algarve, para conseguir uma licença  para operar com Aerobarcos (airboats).
Estas embarcações são geralmente associadas à Florida, pois foi aqui que foram desenvolvidas para navegar em zonas de detritos e baixios. No norte da Europa e América são usadas para navegar nos campos de gelo e pequenos icebergs.
Pela minha experiência, só precisam de lama. Ora bem, "pela minha experiência ???" É verdade, o primeiro de dois barcos, já está em Portugal e foi-nos passado uma licença provisória para fazer-mos a rodagem ao motor tal como nos habituar-nos aos barcos.
Afinal, quantas pessoas em Portugal já conduziram uma embarcação destas no nosso país ????? Meia dúzia !!!

Foi de facto um ano cheio de trabalho, a preparar a logística da empresa, contratos de trabalho, marketing e publicidade, a dor de cabeça da burocracia em excesso, quase 3 meses à espera de uma vistoria à embarcação, que legalmente não pode ser negada, pois apesar de ser fabricada nos E.U.A. tem certificado de conformidade (CE) em mais directrizes (ISO) que as embarcações de registos menos modernos.

A empresa chama-se Algarve Water World e os aerobarcos vão operar de Portimão a Silves no rio Arade com ocasionais, Safaris de ribeira como nós lhes chamamos.
  • A lotação é de 12 passageiros.
  • Motor V8 de 6 Lt.
  • 450 Cv com o sistema sonoro de conformidade Europeu, se retirado são 590 Cv.
  • Uma manobrabilidade espectacular, factor de espanto.
  • Uma estabilidade e segurança fora do comum.
De 0 a 10, vai um 9. É de facto o primeiro avião que sou piloto, atingindo velocidades loucas para um barco.

Fica aí um pequeno video daqueles dias de brincadeira








segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Existem sítios no Algarve que aparenta ser desconhecidos da humanidade. Digo isto baseado na fauna e flora existentes para não falar do lixo submerso. Já lá vai o tempo em que eu mergulhava atrás de mexilhões. Geralmente apanho-os na linha d'água com maré vazia.

Não foi o caso neste fim de semana.

Fui visitar um velho local de mariscada, que há décadas, apanhava a 4~6 metros, mexilhões de 10 a 12 cms. É uma técnica cansativa pois cada mergulho só se apanha 3 ou 4, ficamos de mãos cheias e temos de nos dirigir ao cesto para vazar as mãos.

Assim era. Para minha surpresa, ainda o é.


Com o fundo repleto de mexilhões, é difícil acreditar que tais locais tenham escapado à ganância humana. O melhor é não dizer onde é pois o que aparenta ser um local desconhecido da humanidade, poderá se tornar um deserto do dia para a noite.

O importante a quem lá vai, é apanhar somente o que precisa e deixar o restante para a próxima apanha.

Eis um pequeno filme lançado na YouTube com imagens destas florestas de mexilhão.






segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Recordes Mundiais reconhecidos pela IGFA (International Game Fish Association)

Apesar de já terem sido desembarcados Espadins maiores que os aqui apresentados, tanto da pesca comercial como da desportiva, nenhum desses exemplares foi de acordância com os regulamentos da IGFA, portanto os exemplares aqui expostos são oficialmente e tecnicamente os maiores exemplares registados.


Nossos agradecimentos à IGFA @ (www.igfa.org) e á Marlin Magazine @ (www.marlinmag.com).


Espadim Azul Atlântico


Peso:   636 Kg. ( 1,402 pounds, 2 ounces )

Pescador: Paulo Amorim

Localização: Vitoria, Brasil

Data: Feb. 29, 1992

Notas: Com 4,11 mt. (162-inch), este peixe foi enganado com uma amostra "pink-and-white Mold Craft Super Chugger" e é o mais recente recorde na lista da IGFA. (A foto grande é uma montagem, a foto original encontra-se no canto superior direito)



Espadim Negro


Peso: 707,6 Kg. (1,560 pounds)

Pescador: Alfred Glassell Jr.

Localização: Cabo Blanco, Perú

Data: Aug. 4, 1953

Notas: 1 hora e 45 minutos de luta. Este peixe de 4,42 mt. (174-inch) caiu por uma cavala rebocada pelo uma vez lendário barco "Black Marlin Boulevard" de Cabo Blanco, capital da pesca grossa no Perú.


Espadim Azul do Pacifico


Peso: 624,14 Kg (1,376 pounds)

Pescador: Jay de Beaubien

Localização: Kaaiwai Point, Kona, Hawai

Data: May 31, 1982

Notas: Enganado por uma amostra " Kita", socumbiu com um pouco menos de 1 hora de luta. Jay de Beaubien apanhou este peixe de 4,90 mt (193-inch) usando uma "Fin-Nor 12/0."


Espadim Listado


Peso::  224, 07 Kg (494 pounds)

Pescador: Bill Boniface

Localização: Tutukaka, Nova Zelândia

Data: January 16, 1986

Notas: Boniface, nativo zeolandés pescou este exemplar com isco vivo, uma "kahawai".


Espadim Branco

Peso: 82,5 Kg (181 pounds, 14 ounces)

Pescador: Evandro Coser

Localização: Vitoria, Brasil

Data: Dec. 8, 1979

Notas: Coser (do Brasil) rebocou isco morto para apanhar este peixe de 2,73 mt. (107.5-inch).


segunda-feira, 28 de julho de 2014

Apesar de existirem chocos durante todo o ano, existe uma altura em que o comportamento dos chocos permite-nos fazer pesca apeada.
A altura do ano a que me refiro, é o intervalo entre os equinócios, geralmente marcados pelas maiores marés vivas. O equinócio da Primavera que acontece em Março e sinaliza o inicio da respectiva estação do ano, Primavera e é responsável por uma das maiores marés do ano que será na  primeira lua cheia após o acontecimento astrológico. A conhecida "maré dos Ramos". Noutras épocas, as populações dirigiam-se á costa em forma de procissão para na sua baixa mar apanhar polvos e todos os tipos de marisco.
O equinócio seguinte, o de Outono, marca o inicio certamente do Outono e tal como na anterior, a subsequente lua cheia ao evento, tem uma amplitude igual. Esta segunda maré não tem uma conectividade religiosa como a primeira (Pascoa) por isso não tão popular, mas nós homens do mar nunca perdemos esta maré pois é a altura das navalheiras.

Estes acontecimentos astrológicos são as marcas para o comportamento do choco. Na Primavera, dirigem-se para os baixios, como estuários, baías ou enseadas razas e sobretudo arenosas para o acasalamento e subsequente desova. Enquanto podemos pescar ao choco de barco todo o ano, somente neste intervalo de datas é viável fazê-lo de terra.
Atenção, a pesca ao choco embarcado é uma pesca completamente diferente, não confundir.

A amostra que se usa, está na classe das toneiras, e portanto não tem barbelas o que obriga o pescador a nunca folgar a seda/linha desde o momento da ferroada até á recolha em terra.
A amostra que se usa representa um camarão e chama-se "palhaço" e tem um peso (chumbo), ao contrário dos "palhaços" para a pesca embarcada, que não tem peso, portanto, 100% flutuantes e que representam um peixe.

Na imagem ao lado somente a do canto inferior direito nos servirá para esta pesca, sendo as por demais "palhaços" para a pesca ao choco embarcada.

Uma boa cana de spinning com uma acção muito baixa é o aconselhado, pois falamos de uma amostra/palhaço que terá um peso de 3 ~ 3,5 gramas de lastro mais o peso do plástico, total de ~6 gramas.
O recolher, também é muito importante para o sucesso. Com uma amostra/palhaço tão leve, uma recolha rápida faz com que o palhaço suba muito em relação ao fundo. Será necessário uma recolha lenta pois os chocos estão junto ao fundo e raramente sobem 1 metro acima deste.
Lembre-se que o choco aproxima-se da presa de frente e nada muito devagar neste sentido. O choco como a lula só tem força e velocidade a nadar para trás quando usa o seu jacto de água para se impelir, daí a recolha ser lenta para permitir o choco se aproximar do camarão palhaço.

Como já acima foi mencionado, os acontecimentos astrológicos mandam no comportamento dos animais. Chegando o principio de Setembro, já quase todos os chocos fizeram a sua desova e lentamente deixam estas zonas de baixios.

Os ovos são colocados nestas zonas baixas para que a rebentação os oxigene bem, mas trás um senão. A ondulação muitas vezes soltam os ovos das pequenas pedras ou até pedaços de madeira e detritos que entram nos estuários, onde os chocos os colocaram. Quem não se lembra de encontrar um cacho de ovos na praia. Quando frescos, são transparentes nas com o passar de uma ou duas semanas são negros caviar. Da próxima vez que os encontrar em terra, jogue de volta para o mar.  Pode até não ser tarde para salvar 2 ou 3 chocos.

Para terminar, um filme para se aperceber como deve ser trabalhada a amostra palhaço de maneira a permitir o choco apanha-la.



quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sim é verdade. Tive um fim-de-semana de pesca falhado. Com fim-de-semana, quero dizer 2 dias, mas este Blog é dedicado ao Mar em geral por algum motivo.

Sábado de manhã, eu e a minha irmã decidimos dar aos miúdos um fim-de-semana de campismo na remota praia da Murração somente a 40 km de casa, na costa Oeste do Algarve, costa Norte como aqui lhe chamamos.
O plano servia a minha pessoa e ao Helder, meu cunhado, porque poderíamos ir á pesca enquanto os miúdos se divertiam na praia e as mulheres ficavam de vigia. Um plano perfeito para os homens mas não tão engraçado para as mulheres.
Elas garantiram que ficávamos a par do seu estado de espírito.

Como os carros iam atolhados com comida e material de campismo, só podíamos levar uma cana cada. Escusado dizer que cana o Helder levou visto ele ser o fanático dos sargos, e eu levei a cana de spinning porque no lado esquerdo da praia da Murração com a maré vazia, faz uns caneiros ideais para o robalo. Se eu não pescasse nada, pescaria o Helder e vice versa.

Na tarde de Sábado, Helder tentou a sua sorte numas rochas no lado direito da praia.
Nada aconteceu. Pensei que eu teria mais sorte que o Helder à tardinha com a maré vazia, mas o montar de 3 tendas e os miúdos a pedirem jantar, tive de cancelar minha pescaria.

Fizemos uma fogueira e a carne foi para a grelha para alimentarmos 5 bocas famintas. A boa disposição voltou a pairar depois dos miúdos comerem os primeiros bifes.

Ao amanhecer, mais uma vez com maré vazia, pensei que a minha hipótese de desenchibatar o dia seria não perder aquela janela de oportunidade, enquanto Helder dizia "Não sei se vou à pesca ou não !!!". Deixei-o com o seu dilema e lá fui cheio de pressa não fosse o peixe fugir.

A melhor desculpa que consigo arranjar, é que a água estava cheia de limo e que os limos ficavam sempre presos na amostra. Assim uma amostra não trabalha bem, nem os peixes são estúpidos em morder um limo a nadar. Estava a ferir o meu ego, mas não podia regressar sem um peixe. Muito má decisão, pois pesquei durante 2,5 horas e nunca apanhei um peixe.

Quando cheguei ao acampamento de ombros em baixo, dois casais de amigos com as suas auto-caravanas apareceram para um pic-nic de Domingo. O Helder também já estava no acampamento com um saco de mexilhões, perceves e meia dúzia de búzios, enquanto nossos amigos tinham um saco de lapas e navalheiras que apanharam na maré da noite numa praia vizinha onde tinham passado a noite.
E eu..!!! de mãos vazias.

Eu admito, estava abatido devido ao chibo que apanhei que não ajudei em nada. O marisco foi cozinhado e comido e eu não fiz nada a não ser ver e comer.

Os mexilhões, os perceves e os búzios são cozinhados de maneira fácil, 1 a 2 minutos na chapa sobre o fogo e ficam com aquele sabor a marzia.

As lapas, já é diferente. Na frigideira com alho, coentros e um fio de azeite e limão. Levam 2 ou 3 minutos a estarem prontas.

Todos comemos montes de marisco extremamente fresco e eu portei-me como um Lorde. Cerveja, vinho tinto, petisco disto e daquilo, mais uma chouriça do Fundão assada nas brasas, a companhia dos meus familiares e amigos com boas histórias para partilhar. Que mais um homem pode pedir ??? Bem um melão fresquinho e doce de sobremesa.
Não foi preciso grelhar o resto da carne que tínhamos levado para o almoço de Domingo, voltou para casa e foi o jantar daquele dia.

O que foi um dia de pesca a esquecer, tornou-se num dia memorável de reunião com amigos, e tudo graças á generosidade deste mar.

As crianças dormiram como anjos nessa noite...quem estou a enganar !! toda a gente dormiu que nem pedras.

O mar proporciona e os homens safram a sua generosidade.


Estou certo que toda a gente já ouviu falar da pesca ao tubarão no Algarve. É uma coisa a fazer durante as férias neste canto do continente.
Porque é tão popular !!? pergunta. As hipóteses de sucesso são enormes. Já há muito tempo que os tubarões aqui pescados são libertados de seguida, mantendo estável os níveis populacionais. Alguns barcos de pesca desportiva são obrigados a etiquetar certas espécies de tubarões, tal como o anequim, por motivos de pesquisa cientifica e descobrir os seus padrões migratórios.
Mas o motivo deste artigo não é para expor o comportamento dos tubarões, mas sim para explicar como os pescamos de forma tão bem sucedida.

Com o barco à deriva, não precisa ir mais de 5 milhas da costa (milha náutica é 1.852 metros).
O engodo. Normalmente são sardinhas cortadas em pedaços médios, somente o suficiente para não passarem pelos buracos da rede do saco do engodo. Não podem ser pedaços de sardinha que permitam os peixes comerem, só queremos que eles fiquem excitados. Caso contrário, comem pedaços do engodo e não tocam no isco. Ponha o engodo no saco de rede e amarre-o borda fora a tocar com saco na superfície da água. Com o balançar do barco, o saco do engodo está permanentemente a bater na água e nunca pára de se quebrar e libertar o óleo e gordura da sardinha.

Se existirem mais de duas ou três linhas à pesca, elas podem se embaraçar, por isso é importante que o barco esteja á deriva de lado (arribar). Qualquer mestre sabe como o fazer.


Os tubarões comem tudo o que estiver disponível, o que não quer dizer que podem iscar com hamburguer. Um naco de cavala serve mas nós usamos geralmente lula. Tem uma carne dura e se o tubarão mordisca o isco não deixará um anzol vazio. Como os tubarões não puxam a comida para a boca por sucção, precisão morder o isco e se gostaram da primeira mordedela de lula, dão a volta e engolem o resto do isco de uma só vez. A altura certa para dar a ferroada. Garanta que a cabeça da lula está presa no anzol deixando somente os tentáculos pendurados, senão o tubarão ao puxar pelos tentáculos leva a cabeça atrás junto com as tripas da lula, deixando o anzol vazio ou somente com um não apelativo, por ser muito uniforme, corpo de lula no anzol.

Não devia precisar dizer que o terminal (estralho) deve ser de aço, com um comprimento entre 0 1,5 aos 2 metros e com um distorcedor na ligação à linha de pesca.
Deixe o isco ir ao fundo entre os 10 e os 20 metros (depende da água e do tempo) e monte o seu balão ou bóia na linha. Não precisa de peso na linha, pois o anzol e o estralho (terminal) chegam para afundar o isco.

Siga o esquema acima para montar as linhas e de seguida vai esperar que mordam.

Os tubarões mais vulgares são as tintureiras (tubarão azul) seguidos pelos anequins (Mako). Os anequins são um excelente troféu de pesca devido à sua estamina durante a luta/recolha.


Também se apanha tubarão martelo (cornudas) e tubarões raposa (zorras do mar).
As zorras do mar são capturas ocasionais raras e ainda só vi nestas águas o que se considera pequenas zorras. Uma zorra pequena tem até 1 metro de comprimento (eu falo somente do corpo, a cauda é do mesmo tamanho) mas podem crescer até aos 2 metros (4 metros no total).
Os tubarões raposa ou zorras do mar, são os espadins (marlins) dos tubarões. Saltam fora da água fazendo com que a sua recolha seja entusiasmante para o pescador. Por vezes, saltam fora de água quando brincam.


Existem ainda um sem fim de detalhes acerca desta pesca aqui nas águas Algarvias, portanto estou disposto a ajudar com qualquer dúvida que tenham.

Um detalhe importante: Certos dias mesmo com a água límpida/luza e olhamos para o fundo do mar, a imensidão da profundidade, reparamos com um azul negro ao contrário do azul escuro tradicional. Se derem com o azul negro acompanhado com o cheiro da frescura do pepino....
Esqueçam a pesca ao tubarão nesse dia




quarta-feira, 23 de julho de 2014

HUPPSS !!!

Isto é que é pesca mesmo muito, muito grossa, extremamente grossa diria eu.


Eu peço desculpa mas não poderia deixar de partilhar este vídeo aqui no Blog. No vídeo estimam que o peso da besta é superior a 1000 Libras, ou seja 450 Kg.
Eu concordo.

Consegues imaginar o tamanho do tubarão que transformou um Marlin/espadim daquele tamanho em refeição ???

Existem mais vídeos no Youtube onde os espadins (marlins) são comidos pelos tubarões mas este video bate o recorde.
A força de mandíbulas necessárias para cortar a espinha deste peixe é incrível.

E há quem diga que o "megalodon está extinto". Digam isso ao "Black Marlim" (espadim/agulhão).