quinta-feira, 24 de julho de 2014

Sim é verdade. Tive um fim-de-semana de pesca falhado. Com fim-de-semana, quero dizer 2 dias, mas este Blog é dedicado ao Mar em geral por algum motivo.

Sábado de manhã, eu e a minha irmã decidimos dar aos miúdos um fim-de-semana de campismo na remota praia da Murração somente a 40 km de casa, na costa Oeste do Algarve, costa Norte como aqui lhe chamamos.
O plano servia a minha pessoa e ao Helder, meu cunhado, porque poderíamos ir á pesca enquanto os miúdos se divertiam na praia e as mulheres ficavam de vigia. Um plano perfeito para os homens mas não tão engraçado para as mulheres.
Elas garantiram que ficávamos a par do seu estado de espírito.

Como os carros iam atolhados com comida e material de campismo, só podíamos levar uma cana cada. Escusado dizer que cana o Helder levou visto ele ser o fanático dos sargos, e eu levei a cana de spinning porque no lado esquerdo da praia da Murração com a maré vazia, faz uns caneiros ideais para o robalo. Se eu não pescasse nada, pescaria o Helder e vice versa.

Na tarde de Sábado, Helder tentou a sua sorte numas rochas no lado direito da praia.
Nada aconteceu. Pensei que eu teria mais sorte que o Helder à tardinha com a maré vazia, mas o montar de 3 tendas e os miúdos a pedirem jantar, tive de cancelar minha pescaria.

Fizemos uma fogueira e a carne foi para a grelha para alimentarmos 5 bocas famintas. A boa disposição voltou a pairar depois dos miúdos comerem os primeiros bifes.

Ao amanhecer, mais uma vez com maré vazia, pensei que a minha hipótese de desenchibatar o dia seria não perder aquela janela de oportunidade, enquanto Helder dizia "Não sei se vou à pesca ou não !!!". Deixei-o com o seu dilema e lá fui cheio de pressa não fosse o peixe fugir.

A melhor desculpa que consigo arranjar, é que a água estava cheia de limo e que os limos ficavam sempre presos na amostra. Assim uma amostra não trabalha bem, nem os peixes são estúpidos em morder um limo a nadar. Estava a ferir o meu ego, mas não podia regressar sem um peixe. Muito má decisão, pois pesquei durante 2,5 horas e nunca apanhei um peixe.

Quando cheguei ao acampamento de ombros em baixo, dois casais de amigos com as suas auto-caravanas apareceram para um pic-nic de Domingo. O Helder também já estava no acampamento com um saco de mexilhões, perceves e meia dúzia de búzios, enquanto nossos amigos tinham um saco de lapas e navalheiras que apanharam na maré da noite numa praia vizinha onde tinham passado a noite.
E eu..!!! de mãos vazias.

Eu admito, estava abatido devido ao chibo que apanhei que não ajudei em nada. O marisco foi cozinhado e comido e eu não fiz nada a não ser ver e comer.

Os mexilhões, os perceves e os búzios são cozinhados de maneira fácil, 1 a 2 minutos na chapa sobre o fogo e ficam com aquele sabor a marzia.

As lapas, já é diferente. Na frigideira com alho, coentros e um fio de azeite e limão. Levam 2 ou 3 minutos a estarem prontas.

Todos comemos montes de marisco extremamente fresco e eu portei-me como um Lorde. Cerveja, vinho tinto, petisco disto e daquilo, mais uma chouriça do Fundão assada nas brasas, a companhia dos meus familiares e amigos com boas histórias para partilhar. Que mais um homem pode pedir ??? Bem um melão fresquinho e doce de sobremesa.
Não foi preciso grelhar o resto da carne que tínhamos levado para o almoço de Domingo, voltou para casa e foi o jantar daquele dia.

O que foi um dia de pesca a esquecer, tornou-se num dia memorável de reunião com amigos, e tudo graças á generosidade deste mar.

As crianças dormiram como anjos nessa noite...quem estou a enganar !! toda a gente dormiu que nem pedras.

O mar proporciona e os homens safram a sua generosidade.


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